Ao longo do Setenário de Nossa Senhora da Soledade, a demonstração da devoção dos romeiros é percebida nos gestos, no olhar, nos lábios que rezam, nos chapéus enfeitados, nas longas horas de viagem para chegar à Igreja de Pedra e Luz. E na quarta noite preparatória, não foi diferente.
Nesta segunda-feira (11), a quarta dor de Maria contou com o tema “O Caminho do Calvário”. Além da encenação com o quadro vivo, feita pelo grupo teatral do Santuário, a reflexão foi trazida pelo padre Edson Menezes, da Arquidiocese de São Salvador, na Bahia. Ele falou sobre as dores das mães que perdem os filhos para a violência e o refúgio oferecido pela Mãe do Bom Jesus. “A Maria Mãe de Jesus, de ontem, e as marias mães de muitos filhos que sofrem, que passam por dramas da morte de seus filhos, continuam pedindo paz como fruto da Justiça. A Virgem Maria é modelo da fé para todos nós, uma fé que se põe a caminho, sempre animada por uma devoção simples e sincera sempre em peregrinação à procura do Senhor. Maria é a Mãe das Dores ou da Soledade, Maria é Mãe da esperança, isto é Mãe de Jesus e nossa, mãe que caminha, Mãe que está conosco em todas as situações em todos os momentos da vida e quando necessário, nos carrega no seu colo.” Afirmou.
Dona Idaci Sapento, de Bonito, na Chapada Diamantina, é uma das mães que sempre contaram com a intercessão da Virgem da Soledade. Ela conta que desde o ano de 1972 visita o Santuário e, desde então, pede o auxílio de Maria para cuidar dos filhos. “Meu filho Paulo Renan, que hoje tem 44 anos, tinha seis anos e foi para a roça e se perdeu. Eu estava grávida já de outro, fiquei chorando, muito aflita, e como era devota de Nossa Senhora da Soledade, já estava escurecendo, e queriam chamar um carro de som para anunciar, mas eu disse: Nossa Senhora vai mandar ele de volta para casa e pedi a Nossa Senhora que levasse ele para casa, porque todo mundo procurava e não achava. Eu pedi Nossa Senhora, ele saiu umas seis da manhã, quando era umas sete da noite, ele chegou. Ele contou que quando se sentou para descansar, uma mulher o puxava para ele andar e isso aconteceu várias vezes, até ele reconhecer o caminho e foi certinho para casa. Eu só penso que foi Nossa Senhora que ajudou.”
Nesta terça-feira (12), o tema da quinta dor de Nossa Senhora será baseado na passagem bíblica de João (19,17-18. 25-27), “Maria aos pés da cruz”. O pregador será o padre Cristóvão Przychocki, Missionário Redentorista.