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Após alteração em lei municipal, fundador do Santuário do Bom Jesus da Lapa será homenageado em 31 de agosto

No dia 31 de agosto de 2024 o Santuário irá celebrar os 101 anos da emancipação política da Capital Baiana da Fé, fazendo memória também à chegada de padre Francisco e à sua vida como exemplo de fé e caridade.

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Estátua homenageia fundador do Santuário

A Prefeitura Municipal de Bom Jesus da Lapa publicou no diário oficial da última terça-feira (27), uma alteração no artigo 1º da lei nº 527, de 17 de novembro de 2016. A mudança se trata da inserção da memória do fundador do Santuário do Bom Jesus da Lapa, padre Francisco da Soledade, na comemoração do aniversário da cidade, dia 31 de agosto.

Até o momento, a memória de padre Francisco – que também foi reconhecido na lei como  o fundador da cidade de Bom Jesus da Lapa – era celebrada no dia quatro de outubro, mas a nova data será também adotada pelo Santuário.

Assim, no dia 31 de agosto de 2024 o Santuário irá celebrar os 101 anos da emancipação política da Capital Baiana da Fé, fazendo memória também à chegada de padre Francisco e à sua vida como exemplo de fé e caridade. “Apesar da cidade ser emancipada somente 232 anos após o primeiro peregrino chegar à Gruta de Pedra e Luz, certamente o seu legado foi primordial para que hoje ela seja reconhecida nacionalmente  e até no exterior como um lugar que concentra a terceira maior romaria do país,” afirmou padre Roque Silva, reitor do Santuário.

Por que homenagear Francisco?

Francisco de Mendonça Mar nasceu em Lisboa, Portugal, e ainda muito jovem veio para o Brasil, especificamente para trabalhar em Salvador. Ele trouxe consigo a profissão herdada da família, ourives e pintor, e conseguiu boas colocações no mercado da época, chegando a conseguir trabalho no palácio do governador. 

No entanto, era exatamente nesta experiência profissional que Francisco iria passar por um grande dissabor. Ao não ser remunerado pelo serviço e buscar o pagamento, ele acabou preso injustamente. Mesmo conseguindo resolver a situação e posto em liberdade, decidiu que a partir de então viveria para Deus, como religioso. 

A história conta que Francisco partiu de Salvador no ano de 1691 e após longa caminhada e passagem por diversos obstáculos, encontrou um local às margens de um rio, que seria apropriado para viver sua vida de solidão e piedade. Este local era uma gruta. A gruta que seria chamada de gruta do Bom Jesus da Lapa.

No início da sua estadia, ele rezava diante das imagens do Bom Jesus e de Nossa Senhora da Soledade (devoções trazidas de Portugal), que trouxe em sua peregrinação. A atitude piedosa atraia os viajantes e todos que passavam pelo lugar em busca de abrigo em suas viagens, já que era rota para bandeirantes. A caridade, oração e acolhimento do morador da gruta, atraíram mais e mais pessoas. Logo, já não tinha mais como ele continuar vivendo a vida reclusa que planejou.

Assim, devido à ampla divulgação, o “Monge” ficou conhecido até chegar a informação a Dom Sebastião Monteiro da Vide, bispo que respondia pela Igreja no Brasil, sediada em Salvador. Este, chamou Francisco para que pudesse fazer a formação religiosa e ser ordenado sacerdote, o que aconteceu no ano de 1706.

A partir daquele ano, o padre passou a se identificar como padre Francisco da Soledade, uma homenagem à Maria. Mesmo com o seu falecimento poucos anos depois, em 1722, a fé e devoção que cultivou se expandiu para além do seu nome.

Pe. Francisco da Soledade é lembrado nas Missas do Santuário, pela estátua que está localizada próximo à entrada da Gruta do Bom Jesus, e nas Missas do dia quatro, que agora serão dia 31. Porém, o exemplo de desbravamento e as virtudes por ele cultivadas, reforçam que o nome do fundador das romarias da Lapa e da história que tanto enriquece a cidade, precisa e merece ser conhecido e lembrado.

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