A história do Santuário do Bom Jesus da Lapa gira em torno de um homem, Francisco de Mendonça Mar. Ele nasceu em Lisboa, Portugal, no ano de 1657. Segundo os registros históricos, trabalhou com os pais, que eram ourives, até o ano de 1679.
Naquele ano, decidiu vir ao Brasil para trabalhar, abrindo uma oficina em Salvador, que era a capital do País. Assim, em 1688 foi convidado para pintar o palácio do governador. No entanto, o pintor e ourives não recebeu o pagamento pelo trabalho, sendo açoitado e preso, após reclamar pelo salário.
Com origens católicas e devoto de Nossa Senhora da Soledade, após conseguir a liberdade, em 1691, Francisco decidiu que viveria totalmente para Deus, já que na prisão viveu uma experiência de fé. Ele carregou consigo uma estampa da Virgem a qual tinha devoção e o crucifixo do Bom Jesus, saindo sem destino, em busca de um lugar para viver na solidão.
A história da chegada do fundador do Santuário do Bom Jesus da Lapa
Após longos dias, Francisco chegou a uma gruta, à margem direita de um rio (São Francisco) e decidiu permanecer. Fez um altar dedicado ao Bom Jesus e à Soledade e vivia em oração. Porém, o local era rota para os viajantes, principalmente que trabalhavam na exploração do ouro em Minas Gerais, no século XVII e era habitado por alguns indígenas da etnia Tapuia.
Dessa forma, eles paravam na gruta e encontravam o primeiro peregrino, que os acolhia e até cuidava dos doentes. Assim surgiram os primeiros visitantes em busca de conforto espiritual e da caridade no lugar sagrado que seria chamado de Bom Jesus da Lapa. Despretensiosamente, Francisco se tornou o fundador das romarias.
O peregrino se torna primeiro padre de Bom Jesus da Lapa
O movimento de fé cresceu, a caverna de pedra se tornou lugar sagrado, o Santuário do Bom Jesus da Lapa. Então, o arcebispo da Bahia, Dom Sebastião Monteiro da Vide (1643 – 1722), ao saber do que acontecia no local, convocou Francisco até Salvador, para que fosse formado e ordenado sacerdote, por volta de 1702.
Em 1706 padre Francisco da Soledade, nome adotado após a ordenação (devido ao amor pela Virgem da Soledade), retornou ao Santuário sagrado e viveu o sacerdócio por 16 anos, vindo a falecer em 1722.
A história do Santuário do Bom Jesus da Lapa resistiu ao tempo
Após a morte do história do fundador , a devoção ao Bom Jesus e à Mãe da Soledade continuou a ser disseminada por diversas gerações, resistindo às mudanças e acontecimentos. Nos dias atuais, mais de 2 milhões de pessoas passam por Bom Jesus da Lapa, ao longo do ano, para visitar o Santuário e participar das romarias. Por conta disso, a cidade é conhecida como Capital Baiana da Fé.
Nas proximidades da entrada do Santuário, uma estátua faz homenagem ao fundador. Ele é recordado também no dia 31 de agosto, data da emancipação política da cidade de Bom Jesus da Lapa.