O que significa seguir a Deus?
Por Pe. Ricardo de Carvalho, CSsR
No Tempo Quaresmal a Igreja nos chama a viver a caridade, a oração e o jejum. Você sabe como vivê-los bem? a religião autêntica não se reduz a ritos vazios, mas brota de um encontro transformador com o Amor de Deus, que nos impulsiona à justiça e à compaixão.
Não basta abster-se de comida se o coração permanece indiferente ao sofrimento alheio. Deus não quer sacrifícios que nos afastem dos irmãos, mas gestos que nos unam a Ele através do serviço. O verdadeiro jejum é “partir o pão com o faminto” (Is 58, 7), ou seja, romper com o egoísmo e construir caminhos de solidariedade.
A moral cristã não é uma lista de proibições, mas uma resposta de amor a um Deus que nos acolhe, mesmo em nossas fragilidades. O “coração contrito” é aquele que, reconhecendo suas falhas, se abre à graça para se ressignificar no amor. A essência do Evangelho revela-se na atitude cuidadosa do Deus da Vida, a qual não exclui ninguém, mas nos convida a uma conversão que eclode da experiência de sermos amados.
À guisa de conclusão, somos desafiados a nos questionar: a nossa fé é fundamentada no ritualismo ou no encontro vivo com Cristo? Se nossas celebrações não nos levam a cuidar dos mais abandonados, nosso jejum é falso. Se nossas orações não nos tornam mais compassivos, falta-nos a dádiva da amorosidade. Levantemo-nos para continuar o Redentor – não por obrigação, mas por gratidão – e assumir, em nosso espaço vital, o Amor que liberta e transforma.
