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A potência da amorosidade: celebrar a páscoa é celebrar o amanhecer

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Páscoa

Por Pe. Ricardo Geraldo de Carvalho
Missionário Redentorista

Celebrar a Páscoa é celebrar o amanhecer, quando ainda está escuro.
Ao amanhecer, o sepulcro está vazio e Maria Madalena pode vê-lo. Ela o vê: aberto e vazio. Vazio e, por isso, cheio de luz.
Todos os vazios estão cheios de luz.
O amanhecer nos revela o que sempre acontece: a luz mostra que todos os sepulcros estão vazios.

Quando vivemos na luz, nossa visão se clareia e então descobrimos que a Páscoa sempre está acontecendo. Vivemos na ressurreição, porque somos “filhos da ressurreição” (Lc 20,36). Vivemos na Vida, sendo vida.
Tudo acontece “dentro” do Mistério inefável que chamamos “Deus”: o Universo, a história, os mundos, tua existência, a minha. Tudo. Por isso, vivemos na ressurreição.

Nunca uma pedra selou um sepulcro, nunca a escuridão venceu a luz. Nunca uma noite deteve o amanhecer.

Somos amanheceres, chamados a alumiar sepulcros.
Somos amanheceres, que desenterram vida por toda parte.
Somos amanheceres, que revelam a luz e a cantam.

A Páscoa nos revela que Deus criou a noite para que vejamos o amanhecer: e a noite é mais bela e fecunda quando sabemos que sempre amanhece.

A noite é bela e tem sentido: amanhece.
Os sepulcros estão abertos e cheiram a lírios do campo: amanhece.
E até os medos se dissolvem ao amanhecer: não suportam a luz.

Podemos viver amanhecendo, em total confiança.
Podemos viver dançando e podemos viver cantando a beleza da noite, do sepulcro e de cada amanhecer.

Tudo tem sentido quando amanhece. Tudo tem sentido, tudo tem seu lugar, tudo tem seu propósito, e o amanhecer sabe e pode ver.

Celebrar a Páscoa é viver. Viver amanhecendo, uma e outra vez. Viver descobrindo os sepulcros vazios e a fecundidade das noites.
Celebrar a Páscoa é viver desde a Presença, na Presença, rumo à Presença.

Por isso podemos rezar com Martin Buber:

Aonde eu for, Tu.
Onde eu ficar, Tu.
Tu, Tu, Tu.

De novo, Tu, eternamente Tu.
Tu, Tu, Tu.

Quando tudo vai bem, Tu.
Quando tudo vai mal, Tu.
Tu, Tu, Tu.

De novo, Tu, eternamente Tu.
Tu, Tu, Tu.

Céus, Tu. Terra, Tu.
Acima, Tu. Abaixo, Tu.
Para onde quer que eu me volte, Tu.
Em cada instante, Tu.
Tu, Tu, Tu.

Desejo-lhe que o Bom Jesus, verdadeiramente, ressuscite em seu espaço vital.

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